sexta-feira, 8 de outubro de 2010

            Mesa com velas e o restaurante fechado apenas para o teu agrado, para o meu ego. Estou vestindo o melhor que possuo, e sugeri que fizesse o mesmo. Apenas precisei lhe dizer " prepara-e para um jantar de gala. Admito para eu mesmo que não estas tão elegante como eu, mas isso é relevante, tem de ser, perante tudo que já organizei para nossa noite.
            Sento-me um pouco de lado na cadeira de veludo vinho. A qual fica levemente afastada de nossa mesa, assim posso manter minhas pernas cruzadas, apontando meu caro e brilhante sapato italiano em sua direção, postura sempre em ordem, nunca tensa, e como um verdadeiro ao "lord inglês" eu lhe cortejo enquanto nosso jantar não chega, que, aliás, é um dos pratos mais caros desta enorme cidade, cheia de variedades e sabores. Gargalhamos, mas mantenho meus "gargalhos" levemente contidos, achando graça de todas suas sutís piadas e prestando muita atenção em tudo o que me diz. Aliás, quanta bobagem para ser dita a um "lord inglês" que sou, mas relevo também. Entre ante prato, prato e sobremesas, lhe entrego uma noite que apenas um Deus poderia. Até lhe ofereço um lindo solitário como um simples agrado,o qual comandei vir submerso no drink mais cara que eles têm, após nossa deliciosa e exótica sobremesa, envolvendo uma pequena pedra de diamante lapidado, do próprio drink. Ordeno que o garçom retire seu presente, seque-o e, então, entregue-o a mim, para que eu possa desfrutar de sua sublime feição, enquanto o coloco em seu delicado dedo indicador. Pronto, se até agora eu não era o Deus que disse anteriormente, não há alguma dúvida de que me tornei seu Deus. Mais uma vez digo o qual bonita está, o que é uma mentira. Pois nenhuma mortal seria suficientemente bela para um Deus como eu, dadas raras excessões da qual você não faz parte, mas diferentemente das outras vezes que menti para alimentar seu ego, agora faço com meu semblante mais carinhoso e meus olhos fundos nos teus. Você se levanta de sua cadeira e vem me beijar. Levantamo-nos. Lidero o beijo para que ele não seja descontrolado e puramente emocional como o de meros mortais. Lha dou o beijo mais sutil e aveludado que você já recebeu, então olho seus olhos mais uma vez e neles posso ver uma mistura de paixão com luxúria. Pego em suas delicadas mãos ( mentiram afinal assim como a beleza, você não passa de uma mortal), liderando-a para a limosine, em direção à sua casa. Continuamos a nos beijar dentro da limosine,mas sempre com minha liderança do ato, então chegamos a sua casa. Levo-a até sua porta e você me convida para entrar. Digo que, por mais atraente que seja sua proposta, e não é, mais isso mantenho apenas para mim, eu não poderia me por em situação de tocar a virgindade de iniguálavel mulher, pois tenho medo do que possa achar de mim depois. Dou-lhe um último beijo, e faço deste o mais doce e também o mais curto, e deixo-a com sua pessoal realmente acreditando que faço isso com algum pesar em meus olhos. Entro no carro e mal posso esperar para tomar um bom banho e tirar seu doce cheiro humana de mim. Dou uma leve risada de canto de boca, ao pensar que dentro de alguns minutos, jogada em sua cama, estará aos prantos de alegria por ter sido abençoada por meu ser. A limonise se vai, você a segue com seus olhos, já tomados por suas lágrimas. Mulher tola! Mais uma que precisa de um Deus como eu, pois não pode encontrar a Deusa em si própria. Apenas mais uma que precisa de mim para não ser feliz, por medo do que a mortal felicidade tem a lhe dar, destruindo suas estúpidas expectativas, digamos, "Eronianas". Agora sim gargalho a plenos pulmões!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

            Sentei sobre o peito dele e comecei a socar seu rosto. Em fúria, descontrolado e longe do ser racional que um dia fui. Cada vez mais seu rosto se deformava e após um tempo de tanta violêcia, a cada erguida de mão que eu dava, afim de acerta-lo mais uma vez, e nais uma e mais uma, seu sangue, já expesso por não mais ser um sangue superficial, de pele, vinha junto ao meu punho, formando fios e mais fios de seu sangue vermelho escarlate. A cada soco seo sangue jorrava e mim. Em meu rosto, em meu peito, manchando minha camisa rosa clara e a gravata de seda, levemente cinza, com pequeninos detalhes rosa claros, tudo dando por ele, dias atrás. A camisa ficoi digna de um quadro de Pollock...linda finalmente. Então recobro minha consxiêencia e para para admirar o resultado de minha terapia. Agaixo meu tronco e com meus lábios toc o ouvido ele:
            - Então, eu acho que não te amo!
            Dou um leve e irônico sorriso, me levanto do que mais parece uma carcaça sem um rosto formado, cuspo no que lhe resta da face eu vou-me embora, finalmente leve, finalmete livre, finalmente homem...finalmente Eu. Então acordo, contente e com aquele mesmo sorriso leve e irônico do qual contei. Viro-mepara o lado, ainda sorrindo, mas agora um sorriso de sublime alegria, seguido de gargalhadas deliciosas, e em alto e bom som eu grito:
            - Obrigado, natureza a qual clamo, com os pulmões e explosão, fazer parte. O brigado por me fazer Homem. Obrigado, Freud!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

   Andando no parque, com meu cachorro correndo à minha frente, e ao lado crianças correm desenfreadas e alegres, quando uma cai, machucando seus joelhos. Seu Pai a repreende por seu ato infantil, desobediente. Da-lhe umas palmadas na bunda e o leva para perto de onde estava com a mãe. Ela o acolhe em seus braços, a criança em prantos, não sei se de dor ou de horror, ou de ambos. Então percebo que me perdi de meu cão, o qual ne cutuca com seu fucinho em minha perna, supreendendo-me por trás, ai continuamos nossa caminhada e ele sempre correndo à minha frente, tão contente quanto as crianças que vejo. Deito-me à grama e olho aos céus. Sou obrigado a por meus óculos, e assim continuo a olhar o vasto azul dos céus, agora escurecidos por minhas lentes. Parecem com o azul de um mar raivoso, então tiro meus óculos, pois na me faz sentido olhar para algo em furia, em pleno dia de pura calmaria. Fecho um pouco meus olhos pelos mesmos motivos que me aconselharam os óculos, e passo a admirar as nuvens que ali passam, de diversas formas e tamanhos. A maior esconde um pouco do Sol, mas ainda assim ele é potente como só ele, clareado o resto dos céus em sua totalidade. Pipas voam por ali, de diversas cores, tamanhos e formatos. Dançam, ao mesmo tempo em que se degladeiam, afim de clamar a supremcia dos céus, como Deuses do Olímpio. Uma tem sua linha cortada, e o que em outro momento mais parecia um titã dos céus, agora remete a uma folha seca caindo devagar de sua árvore. Seca, porém bem colorida. Meu cachorro me lambe o rosto e emite um certo resmungo. Parece estar perplexo com tamanha calma de minha partem perante um dia tão belo como este. Ele desata a correr e mais uma vez fico para trás. Será que com um gato minha calma seria melhor apreciada?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

               Abri a porta e lá estão eles, trepando como dois cães no cio. Não percebem minha presença, nem a de todos meus convidados atrás de mim. Estão de costas, aproveitando aquele momento sublime deles. Não dá nem dez segundos e ele goza, e na cara dela. Deviam estar fazendo isto já faz um tempo, ou deram um novo entendimento, mais ao pé da letra, do termo “rapidinha”. Cretina!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

               Me sinto afogado em suas lágrimas
               E vale frisar o seguinte: suas lágrimas
               Sua dor me consome, me machuca, me puni
               E vale frisar o seguinte: sua dor

               Este sentimento católico de culpa, motivo de eu, por tanto tempo, ter sido punido a seu favor, renegado minha vida como indivíduo em prol de “nossa” vida como um todo, me destruiu por muitos anos. Tornei-me um mero casco sem conteúdo. Um fantasma moribundo, sem rumo nem esperanças de um dia encontrar um fim.

               Chega de sofrimento
               De dor sem real causa, de angústia por sua causa
               Não mais minha vida será conduzida por suas amarguras
               E assim viverei, finalmente

               É verdade que um dia me ajudou, mas em troca me cobrou servidão às tuas tristezas. E por quê deveria servi à tua dor quando a tua ajuda nada mais foi do que um ato de auto-afirmação, afim de torna-se para si próprio um herói íntegro, o que na verdade você nunca foi e, da maneira que continua a ser, nunca será. Me ajudou para se ajudar, e quer me cobrar minha vida como tributo? Burro fui eu quando aceitei esta oferta, quando achei que lhe devia alguma coisa pois esta culpa, virtual que apenas ela, me compelia a tal raciocínio ilógico e incoerente com nossa auto-preservação.

               Morre de vez, minha algoz
               Sinta a tua dor, amargura as tuas lágrimas
               Atrofie seu espírito e torne-se uma folha seca e quebrada
               A imagem perfeita para sua vida nula e nem por ti governada

quarta-feira, 18 de agosto de 2010



               Em uma jaula fétida, de grades enferrujadas pelas lágrimas descontroladas caidas de seus olhos ensaguentados de tanta dor expressada. Se contorce como um verme na lama, exposto ao sol que o resseca e então o mata. Feridas abertas cobertas por sua própria merda, todas infeccionadas e purulentas. Dentes pretos, podres e despedaçados de tanto mordes as grades que a forçam a ficar com sua cara enterrada em seus dejetos e as secreções de suas doenças. Todas suas unhas arrancadas em uma tentativa de sentir uma dor diferente, menor que sua própria presença traz. Uma a uma foram retiradas de sua carne com o que sobrou de seus dentes podres e suas gengivas inflamadas pelos profundos cortes que nela residem. Seu cabelo seria sua única esperança para sair desta situação se não fossem tão fracos para enforcá-la. Caidos ao seu redor misturados com sua merda e mijo, seu sangue e pus, tudo como uma só massa escrota, nojenta. Ela se alimenta desta massa com a esperança de ganhar forças, esperança que a colocou onde está e que ela é incapaz de negar. Não há mais nada que possa fazer, nada a que possa recorrer. Passará sua eternidade presa aos seus restos podres. Se ao menos pudesse abandonar a esperança, ou melhor, quisesse abandonar a esperança que a afoga em tantas mentiras e ilusões improdutivas.
   Do you want me, dear?
   Well, then purchase me!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

               Hoje tudo fez sentido. Diferente dos outros dias, todos de razão dúbia e certezas nebulosas, hoje tudo está claro para mim.
               Ao acordar olhei seu rosto ao meu lado. Não havia nada nele, nada! Nenhuma expressão, nada! Sem olhos sem boca, sem nariz nem orelhas. Nada!
               O porteiro, ao me cumprimentar, também não era dono de nada em seu rosto. Apenas uma grande camada de pele, que nem negra, nem branca e nem de qualquer outra cor era, senão cinza e sem textura alguma.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

               Uma vez me disseram que o espaço é a fronteira final. A última conquista que nossa espécie, caso fosse capaz, alcançaria.
               Hoje, agora, neste exato momento onde o tempo e espaço não significam mais nada, eu compreendo que quem me disse isso estava errado. Me vejo sem corpo, perdido em um tempo inexistente, dentro de um espaço também inexistente. Dentro deste buraco negro, percebo que a última fronteira para nossa espécie sempre foi e sempre será nós mesmos. Pois consciente de tudo o que somos, tanto ao que se refere a nossa natureza mas também a nossa constante auto-presumida existência, por sua vez sempre em câmbio, consigo desapegar-me de uma existência física e/ou espiritual, transformando-me em uma existência ideal e perfeita. Enquanto meu corpo e tudo que a ele pertence é esmigalhado pela magnetude do vazio deste buraco negro, percebo-me em uma diferente concepção de existência, na qual existir não é necessariamente ser, o que entendo enquanto me torno a idéia, a qual não necessita da matéria, e ser não é necessariamente existir, o que percebo ao sentir a imensidão do nada que é este gigante titã do esquecimento, e compreendo que meu corpo era menor do que este nada.
               A partir de agora sou nada. Assim sendo, finalmente me torno tudo, sem ser apenas uma suposição de como eu poderia existir, mas existindo sem ser.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

My Dear, my sweet little beauty
You’re not mine, but yours
Don’t let me be the one to sing your life
Sing it your self
With all the intensity you have, and I know you do
The love, the hate, the happiness, the pain
It’s all yours and yours to be
.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

               Minha câmera me acompanha como sempre. A única mulher eleita, por mim, para acompanhar-me por toda minha vida.

domingo, 27 de junho de 2010


               Você sorria para mim. Era o sorriso mais belo com o qual você já havia me presenteado até então.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

  It's said that there's no sin in killing a beast, only a man.
  But where does one end and the other begin?
  Remember, sin is deeply relative. It's a point of view, as man and beast.

sábado, 19 de junho de 2010

               Ele era tão belo! Seu sorriso capaz de iluminar inúmeras planícies, as quais recobertas por nuvens de tristezas, desespero e mágoas. Incrível como ele, em seus incontáveis momentos de alegria, com ela, conseguia fertilizar desertos e mais desertos, por mais áridos, mortos que fossem.
               Por segurança, eu não lhe disse que lhe queria.
               Por segurança, fiquei sem saber se você me queria.
               Por segurança, evitei de escutar um não.
               Por segurança, também evitei de escutar um sim.
               Em que ponto, por segurança, deixamos de nos proteger para nos agredir?
               Por segurança, me tornei patético, medroso.
               Por segurança, ontem, não arrisquei por medo de não lhe ter.
               Por segurança, hoje, não lhe tenho com certeza.
               Por segurança, mais valia um nada do que um não.
               Por experiência, mais vale um não do que um nada.
               Por segurança, deixo de ser seguro e passo a me arriscar.
               Por segurança, hoje eu lhe digo ‘Te desejo, e muito’.
              
              
               Segurança, vai se fuder, sua cretina!
  O seguro morreu de velho, e sozinho.
  Se não sozinho, pelo menos entediado.


  A a asseguradora rica.

domingo, 13 de junho de 2010

  Incrível como sonhos mexem conosco! Acordamos após um sonho e, mesmo algum tempo depois, ainda estamos atormentados por ele. Pensamos em tudo o que ele nos disse, ou o que queremos interpretar como dito por ele, e vivemos bons minutos das nossas vidas como se ainda estivéssemos dentro dele. Quando finalmente voltamos ao mundo real por completo, olhamos para trás e pensamos ''Nossa, que loucura, não?''.

sábado, 24 de abril de 2010

               Ela dorme ao meu lado, tão serena. Sua respiração, baixinha e suave, acaricia meus ombros e me faz setir calmo como nunca. O narizinho delicado dela, junto de sua boca tão bem desenhada, de lábios finos e aveludados, dão um toque incrível, fabuloso àquele momento. Que mulher linda dorme ao meu lado. Que criatura fabulosa descança seus pensamentos em minha cama.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Angel Eyes

Have you ever had the feeling
That the world's gone and left you behind
Have you ever had the feeling
That you're that close to losing your mind